
As apostas esportivas em plataformas eletrônicas, os conhecidos bets, têm se tornado uma prática cada vez mais comum, acessível e atrativa para uma ampla gama de brasileiros que buscam ganhos financeiros de forma rápida. BET, o termo em inglês vem do verbo to bet, cujo significado é apostar, pode comprometer a saúde financeira de quem aposta na sorte e se diverte com os jogos online.
Pesquisas apontam que o comprometimento da renda familiar como esse tipo de jogo é considerado como investimento pela população, especialmente para aqueles que tem menos dinheiro, que acredita na possibilidade de multiplicar ganhos de forma fácil e instantânea. No entanto, essa perspectiva de ganho muitas vezes não se confirma e resulta em um vício que pode comprometer a vida financeira. Os jogos de aposta são essencialmente atividades de entretenimento onde o resultado é predominantemente determinado pelo acaso, sem garantias de retorno financeiro.
Levantamento do Banco Central aponta que brasileiros gastaram cerca de R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024. A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos, mas a prática está presente em diferentes faixas etárias.
O valor médio das transferências mensais aumenta com a idade: os mais jovens gastam cerca de R$ 100 por mês, enquanto indivíduos mais velhos ultrapassam os R$ 3 mil mensais em apostas.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais divulgou em sua última edição do Raio X do Investidor que 14% da população brasileira, ou seja, 22 milhões de pessoas, afirmaram ter feito, ao menos, uma aposta online em 2023. Esse índice é superior ao número de pessoas que investem, por exemplo, em previdência privada (2%), títulos públicos (2%), títulos privados (5%) ou na bolsa de valores (2%).

Esse crescimento exponencial do número de apostadores online no Brasil, que em 2024 já soma cerca de 25 milhões de pessoas, coloca em alerta o mercado previdenciário que poderia ser um dos destinos dos recursos. O cenário aponta para a necessidade de expandir a Educação Financeira e Previdenciária no país, pois grande parte dos brasileiros, caem nas armadilhas das facilidades de ganhos rápidos. A população geralmente é influenciada pela massiva publicidade, que vai além, oferecendo crédito gratuito para começar a jogar, sendo a primeira fisgada acompanhada de um prêmio e promessa de ganhos maiores. A lógica, no caso das bets, é um pouco diferente, já que elas são caracterizadas pelas apostas de quota fixa, premiando quem acerta alguma condição prevista no jogo ou o resultado de uma partida. Mas o resultado acaba sendo o mesmo, ou seja, elas podem levar ao desenvolvimento de comportamento compulsivo.
O vício, além de impactar as finanças, pode levar a problemas emocionais, como o estresse e a ansiedade ligados às perdas constantes ou grandes movimentações de dinheiro, e o isolamento social. Além disso, o ambiente online está repleto de sites fraudulentos que prometem ganhos fáceis ou sistemas infalíveis de apostas para roubar dados pessoais e financeiros dos apostadores. Portanto, é preciso estar atento aos golpes e fraudes que usam do universo das bets.
Apostar não é um caminho para construir um patrimônio, podendo levar a perdas significativas e ao comprometimento das finanças pessoais e familiares. Bets são baseadas na sorte, enquanto investimentos envolvem a aplicação do dinheiro de forma planejada e estratégica, com base em análises detalhadas e dados econômicos, em produtos que trazem retorno ao longo do tempo, de acordo com cada objetivo ou conquista desejada. Portanto, se quiser investir bem o seu dinheiro invista em Educação Financeira e Previdenciária.
Educação Financeira e Previdenciária vai além dos investimentos. Com ela é possível identificar golpes, ter controle sobre as finanças do dia a dia e até mesmo saber lidar com apostas.
Por fim, lembre-se: se algo parece bom demais para ser verdade, provavelmente, não é.